Ontem à tarde (7 de janeiro), dezenas de pessoas se reuniram no Centro de Cultura Social em São Paulo – um coletivo anarquista, fundado em 1933 na cidade com o objetivo de ser um ambiente de estudos e debates, para discutir o tema da Revolução Rojava e a importância do movimento de mulheres.
Organizado pela CAFI – Coletiva Anarcofeminista Insubmissas o companheira Rojda Dandara, que esteve presente na Rojava durante meses trabalhando com o movimento de jovens mulheres e o movimento cultural.
O tema de discussão no encontro foi a luta das mulheres no Curdistão e as lutas intersetoriais das mulheres também no Brasil e no resto do mundo, como o processo revolucionário em andamento (mais especificamente na Rojava) pode servir de base para novas lutas anti-patriarcais e descoloniais.
Falando sobre o evento, o camarada Rojda Dandara disse:
“Mulheres e homens de diferentes etnias estavam presentes e diversos temas sobre a Revolução de Rojava na luta pela libertação das mulheres foram debatidos afim de elucidar questões e criar intersecções entre Rojava e os movimento e coletivos que lutam no Brasil e em outros territórios da Abya Ayla. Os princípios da organização, da luta, do amor a terra, da autodefesa foram ressaltados em diversos momentos como peças fundamentais da luta pela liberdade e contra o nosso maior inimigo, o sistema capitalista. O movimento de libertação das mulheres do Curdistão tem progredido continuamente através de um processo coletivo da formação de diferentes estruturas organizacionais na sociedade.
Cada passo é dado com o objetivo de desenvolver um modo de vida alternativo e livre, tanto para as mulheres, como para a sociedade toda. E, cabe a nós, ouvir e aprender com as diferentes etnias que vivem em Rojava e, unidos, se organizaram e colocaram em prática um “laboratório” radical de democracia em constante transformação. Foi debatido também que para construirmos uma sociedade ética, significativa, amorosa, democrática baseada na igualdade e na representatividade é fundamental a conexão entre todos os coletivos, movimentos e, principalmente, com a sociedade (não haverá uma revolução social sem a participação da população para a construção de um projeto político e social). Mas, para isso, devemos levar em consideração que a luta é internacionalista, ou seja, de âmbito mundial, baseado na união das forças e na troca, portanto os laços e as conexões que se iniciam num território devem se expandir para alcançar outras lutas que visam a construção de uma organização com valores e princípios democráticos fortemente definidos.
Serkftein!”